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JOGOS PARALÍMPICOS RIO 2016 E SUAS EMOÇÕES

20.set.2016

JOGOS PARALÍMPICOS RIO 2016 E SUAS EMOÇÕES

*Lílian Soares de Oliveira Marques

 

O esporte adaptado surgiu em 1870 nas escolas especiais dos Estados Unidos da América (EUA) com deficientes auditivos que praticavam o beisebol e depois em 1885, com deficientes auditivos que praticavam o futebol americano. Com as Guerras Mundiais muitos amputados e lesionados medulares estavam morrendo por infecções secundárias e pelo pouco conhecimento sobre esses traumas.

Em 1944, o Dr. Ludwing Guttmam, foi convidado para comandar o Hospital de Stoke Mandeville, na Grã-Bretanha, com o objetivo de adotar o esporte como forma de reabilitação. Ao mesmo tempo surge uma corrente no EUA com o enfoque na inserção social e no decorrer dos tempos, essas correntes se cruzam obtendo os mesmos objetivos.

As primeiras competições de esportes adaptados foram em 1948 com os jogos de Stoke Mandeville e em 1952 o evento se torna internacional com os “Jogos internacionais de Stoke Mandeville”, na qual os Países Baixos enfrentaram os britânicos.

O termo Paraolímpico surge em 1964 em Tóquio, onde foi realizada a primeira paraolimpíada oficial e ganhou esse nome por ser paralelo às olimpíadas. Em novembro de 2015 o termo foi modificado para Paralímpico a pedido do Comitê Internacional Paralímpico.

Finalmente chegou a vez do Brasil, o Rio de Janeiro sedia o maior evento desportivo do mundo. Foram mais de 2 milhões de ingressos vendidos para os eventos e jogos das paralimpíadas, diversos recordes batidos, 65% de aumento do número de medalhas e ficamos em 8° lugar no quadro geral de medalhas.

Os valores paralímpicos estavam por toda a parte. A Determinação mostrava a força desses atletas, a superação de seus limites e vontade de vencer; a Coragem com a qual se viam diante dos desafios e ali enfrentavam seus medos; a Igualdade na qual buscavam o mesmo tratamento e os mesmos direitos de ir e vir e a Inspiração com a qual buscavam ideias, energia e sonhos.

Tive a oportunidade de estar presente nesse evento, de viver e sentir essa energia. Torci, dancei, pulei, me emocionei e vi milhares de pessoas com o mesmo sentimento, orgulhosos daqueles atletas, estes, vibrando e se superando, mostrando a todos os espectadores que as limitações não estão em seus corpos e sim, em suas mentes, na sua maneira de pensar. Vi atletas paralímpicos amputados saltarem acima de 6 metros de distância, vi lesionados medulares se levantarem do chão sem ajuda, com má formação congênita em todos os membros nadar em 9 provas e medalhar em todas, se tornando o maior atleta paralímpico da natação com 24 pódios, sendo este, Daniel Dias.

Esses jogos não deixam somente o legado da inclusão, espero que fique também a amizade entre os povos, o respeito, a cordialidade, a educação que vivi e senti nos eventos e sobretudo, a transformação. Acredito que atletas e turistas estrangeiros tenham levado consigo a alegria desse povo brasileiro, a receptividade e o carisma. Foi tudo perfeito. Valeu Brasil!

 

 

*Lílian Soares de Oliveira Marques é Funcionária Pública com cargo efetivo pela Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, com cargo em especialista em saúde, fisioterapeuta. Sua formação é em Educação Física, licenciatura e bacharelado e, e em Fisioterapia com  Especialização em Saúde Pública com Ênfase em Saúde da Família pelo Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM, trabalhou por 9 anos com a Equipe de Basquete em Cadeiras de Rodas do UNIPAM como treinadora e fisioterapeuta.

 

Fotos: Acervo Pessoal